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Quando o mundo tinha olhos voltados para os acontecimentos políticos da Europa, que desencadearam a 2ª Guerra Mundial, o Atlético Corrales escreveu uma das páginas mais interessantes da história futebolística do Paraguai, ao realizar a incrível aventura de fazer uma excursão pelas Américas em 1939 e retornar sómente 1 ano e 15 dias depois.
O Atlético Corrales, cuja camisa era de cor vermelha e branca, foi sustentado durante os anos 30 e 40 pela Companhia Americana de Luz e Transportes, que explorava em Assunción e periferia estes serviços.
Quando em 1949 o governo resolveu nacionalizar estes serviços, a equipe desapareceu e seu moderno estádio foi transferido para a Escola de Educação Física das Forças Armadas.
Em 4 de abril de 1939, um grupo de jogadores encabeçados pelo dirigente Tomás Dígalo saiu do porto de Asunción até Buenos Aires, começando a excursão até o México.
O plantel viajou de trem da capital argentina até Mendoza e dali a Santiago e Valparaízo. Pelo caminho, foram se incorporando ao plantel diversos jogadores argentinos.
O lateral Avelino Acosta, lateral direito e um dos poucos sobreviventes
Daquela epopéia, aposentado do Ministério da Agricultura, relata com admirável lucidez que grande futebolistas dos anos 30 como os argentinos Maffati, Mariscotti, o equatoriano Ceballos e o mexicano Pirata Fuentes se uniram ao grupo.
“Em Valparaízo embarcamos no navio ‘Reina del Pacífico’ e 15 dias depois cruzamos o Canal do Panamá e chegamos a Havana, onde ficamos uma semana passeando pela cidade e depois tomamos o navio francês Flandes até Vera Cruz, no México”, recorda Acosta.
As estatísticas do Atlético Corrales ficaram gravadas para sempre na memória de Acosta: “no México jogamos 8 partidos dois quais perdemos 4, ganhamos 3 e empatamos 1″.
Aliás, o Atlético Corrales foi a primeira equipe paraguaia a realizar uma viagem aérea segundo Acosta: “do México passamos por El Salvador e Costa Rica, porém para irmos ao Panamá, temerosos porém curiosos, subimos ao avião das Aerovias Nacionales. Lembro-me que o avião era muito barulhento. A aventura da equipe paraguaia seguiu a La Guaíra e Caracas. De lá fomos a Medellín em um avião da empresa Scadta, que era mais cômodo e menos barulhento. Semanas depois viajamos para Bogotá, Cali, Barranquilla, Curacao, Guianas Holandesas e Equador. Em Quito visitamos o marco principal do país, a metade do mundo com 0 graus, 0 minutos e 0 segundos”.
Finalmente, Don Avelino rememora: “no Equador nossa equipe praticamente
se desintegrou, porque muitos preferiram ficar e outros foram para a Colômbia, para seguir jogando por equipes destes países. Assim que sómente uns poucos jogadores retornaram a Asunción por navio. Em 19 de abril de 1940 chegamos após termo disputados 53 partidas, com 30 vitórias, 9 empates e 14 derrotas. Marcamos 159 gols e sofremos 121 gols”.
fonte:
Escrito por PEDRO SERVÍN FABIO
Chefe de Esportes do Diário de Notícas de Asunción - Paraguai
Julio Diogo-Blog Historia do Futebol parte 1
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